O investimento que se tornou num pesadelo

Tudo começou em Janeiro de 2006, aquando duma viagem ao Algarve, onde a vontade de comprar uma casa que pudesse rentabilizar foi suficiente para converncer a minha esposa a investir num pequeno apartamento T0+1 na fase III do Clube Praia da Rocha, também conhecido por Clube Avenida Praia. O negócio parecia ser bastante bom, o apartamento era agradável, tinha vista para piscina e podia usufruir de todas as infrastruturas (tanto da Fase I e II como da III), o preço era simpático e o risco do investimento parecia bastante reduzido. O apartamento estava com um contrato de exploração até ao final de 2008, o que pagaria o empréstimo contraído até essa altura. A nossa ideia era "no final de 2008 se a vida estiver a correr como queremos não renovamos o contrato e passamos a explorar nós o apartamento e a usufruir do mesmo".

Bom, até aqui parecia tudo bem. No final de 2006 recebemos uma carta da Iberotel a dizer que iria ser marcada uma reunião brevemente para procederem ao pagamento do ano de 2006. No mês de Janeiro de 2007 recebemos nova carta a dizer que a reunião referida na carta anterior iria ter lugar brevemente e que se iria apresentar uma solução para os problemas do Bloco III. Chegamos a Abril de 2007 e nem pagamento de 2006, nem reunião, nem qualquer informação sobre os problemas do Bloco III, nesta altura as coisas já não pareciam tão bem. O que pensámos, "já que não recebemos qualquer valor vamos activar uma cláusula do contrato e rescindir o mesmo, pelo menos podemos usufruir e explorarmos o apartamento por nossa conta". A esta tentativa de rescisão de contrato não obtivemos nenhuma resposta por escrito, apenas telefonicamente nos foi comunicado que não poderiamos rescindir o contrato.

Após várias tentativas falhadas de obter informação sobre os problemas do Bloco III, percebemos que este estava encerrado desde o Verão de 2006 e que cada vez se estava a degradar mais (foto em cima, a piscina "Agora" mais parece um charco com água da chuva, contrastando com o azul cristalino da foto "Antes".

Devido a problemas de saúde não continuamos com a nossa intenção de rescisão de contrato, o final do mesmo estava mesmo a chegar, portanto iriamos esperar por esta data. Chega a meio do ano de 2008 e recebemos nova carta da Iberotel a informar que eles não estariam interessados em renovar o contrato de exploração.

Janeiro de 2009, chega a data de entrega da chaves, finalmente podemos entrar na nossa casa... a desilusão foi grande devido ao estado lastimável a que o empreendimento chegou, mas ainda estavamos decididos a utilizá-lo. Fomos à EMARP para fazer um contrato de fornecimento de água, ao qual temos a resposta que não é permitido pois existe um contador totalizador por parte da Iberotel e não podemos fazer contratos individuais. Resposta semelhante tivemos por parte da EDP para o contador de electricidade.

Depois de saber disto começa a investigação na internet e vimos a descobrir que a Iberotel está a criar uma nova marca "Yellow Hotels" e que pretende fazer um empreendimento de 5 estrelas naquele local. A ideia é deitar abaixo o existente e fazer um novo. Num dos artigos pode-se ler até que as obras já começaram - "Estranho pensamos nós, connosco ninguém falou". Continua a pesquisa pela internet e descobrimos que este projecto tem o apoio da C.M. de Portimão, do Turismo de Portugal e de fundos Europeus. O artigo que mais me tocou foi um em que diziam que está tudo planeado, só tinham um pequeno problema "faltava o acordo de cerca de 700 proprietários".

Depois disso surgiu a criação de uma petição e o conhecer das duas maiores dinamizadoras por esta causa a Marina Meireles e a Carla Henriques. O que se passou depois pode ser visto nos artigos da imprensa e reportagem da televisão (links da secção "Notícias Relacionadas").